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terça-feira, 15 de setembro de 2009

A decadência dos times após a Libertadores

Quando não se faz um bom planejamento, o impacto de uma eliminação na Libertadores da América - prematura ou não - repercute negativamente no meses que se sucedem. A possibilidade de se conquistar um título continental, o que para muitos clubes é algo inédito, leva as esquipes a um estado de ilusão em que uma derrota é tida como uma queda de um precipício, um caminho sem volta. Mas não é dessa maneira que uma eliminação deve ser tratada. No planejamento dos times no início do ano, deveria fazer parte não só a reformulação do elenco de jogadores, da comissão técnica ou reformas no estádio, mas também um "plano B", para o caso de uma eliminação.

O caso mais crítico é o do Sport Recife. No primeiro semestre deste ano, o clube pernambucano estava num dos melhores momentos de sua história, quando avançou até as oitavas-de-final da competição continental. A torcida estava em delírio. Os jogadores e o treinador estavam valorizadíssimos com a excelente campanha na fase de grupos. Porém, acabou sendo eliminado de forma honrosa pelo poderoso Palmeiras, da
Traffic, nos pênaltis. Depois disso, a comissão técnica
debandou, jogadores foram negociados, a torcida deprimiu-se. Hoje, o Sport ocupa a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Segundo matemáticos, tem 87% de chance de cair para a segunda divisão nacional.

Subindo um pouco na tabela do Campeonato Brasileiro encontramos o Cruzeiro. O vice-campeão da edição mais recente da Libertadores perdeu vários jogadores após o Mineranazzo, episódio no qual o clube mineiro perdeu o título para o Estudiantes, da Argentina, após sair ganhando.
De uma equipe prefeitamente ajustada pelo treinador Adílson Batista, com ótimos jogadores, alguns até de Seleção Brasileira, o Cruzeiro passou a um time todo "remendado", com jogadores improvisados em diferentes posições e com graves carência técnica. Menos mal que a direção tomou providências e contratou alguns jogadores, mas não do mesmo nível de Ramires, Wagner ou Gérson Magrão. O lateral/meia Gilberto, ex-jogador do Grêmio e da Seleção, chegou para ser o cérebro do time, um camisa 10. Espera-se que a equipe cresça nas próximas rodadas, mas uma classificação para a próxima edição da Libertadores parece bastante difícil, devendo ficar na zona intermediária da tabela.

O Grêmio parece que já previa a eliminação, pois o time não se abalou após ser eliminado pelo Cruzeiro na semi-final. Até o torcedor já previa o iminente fracasso, mas não admitia isso e acreditava que o peso da camisa por si só levaria o Tricolor à conquista da América pela terceira vez. A direção do clube resolveu demitir o técnico Celso Roth no meio da competição. Essa mudança de comando foi apenas o ápice de uma série de descuidos da diretoria gremista para com o planejamento estratégico da Libertadores. Pelo menos, os cartolas perceberam o mal que fizeram e se preocuparam apenas com o que viria após o inevitável fim da busca pelo tricampeonato continental. Assim, deixaram nas mãos do multi-campeão Paulo Autuori a missão de modificar a equipe, mesmo no decorrer da Copa, para que o time ganhasse a cara dele e fizesse um Campeonato Brasileiro decentemente. A mudança do esquema tático propiciou que novos jogadores entrassem na equipe titular. Contratações foram feitas para suprir as principais carências que se evidenciaram na Libertadores. A campanha até o momento mostra um Grêmio imbatível jogando em casa e uma presa fácil fora de casa. Portanto, se fosse um pouco melhor longe do estádio Olímpico, estaria brigando pelo título. Espera-se que, no segundo turno, vitórias longe de casa ocorram e o Grêmio possa, pelo menos, classificar-se para a próxima edição da Libertadores da América.

São Paulo e Palmeiras foram eliminados nas quartas-de-final da Libertadores. Ambos estão brigando pelo título do Brasileirão. Isso se deve ao fato de que as diretorias dessas equipes são extremanete competentes. A do São Paulo mostra isso a anos. A do Palmeiras tem o apoio da Traffic. Portanto, os dois clubes paulistas possuem ótimos elencos e planejamento a médio e longo prazos. Eles merecem estar aonde estão.

Conforme se percebe, a Libertadores da América pode levar um time do céu ao inferno. Entretanto, essa não é uma característica exclusiva dessa Copa, mas sim do futebol de uma modo geral. Por isso, as equipes precisam manter a cabeça eerguida após uma eliminação, seja em qual competição for. Caso contrário, pode acabar como o Fluminense, que foi vice-campeão da Libertadores em 2008 e esse ano deverá ser rebaixado à Segunda Divisão do Brasileirão.


O QUE DEVE SER FEITO PELOS TIMES PARA NÃO HAVER UM DESASTRE APÓS UM ELIMINAÇÃO NA LIBERTADORES? DÊ UM PITACO SOBRE ESSE ASSUNTO.


Um comentário:

Loni Herber disse...

Oi Matheus,
Parbéns,ESCREVES COM MUITA PROPRIEDADE E CONHECIMENTO.
ABRAÇO,
LONI