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quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Copa do Povo

O assassinato do ativista Eugene Terre’Blanche na África do Sul, dois meses antes da Copa do Mundo, reavivou a lembrança da população sul-africana em relação ao regime de segregação racial que assolou o país por mais de 40 anos, o Apartheid. Em tempos de expectativa sobre a realização da primeira edição no continente do evento que consegue reunir países do mundo em torno de disputas pacíficas, faz-se lembrar o clima de preconceito que dominava o país.

Em 1948 os brancos de origem européia assumiram o controle político do país e instituíram uma lei que pregava a segregação racial. O Apartheid durou até 1990, quando o líder negro Nelson Mandela foi libertado da prisão – submetido desde a década de 60 devido as suas manifestações contra o regime. Durante o Apartheid, os negros eram impedidos de participar da vida política, não tinham acesso à propriedade da terra e eram obrigados a viver em zonas residenciais determinadas pelo governo. O casamento inter-racial era proibido e havia um controle da circulação de negros pelo país.

Para quem for à África do Sul, é recomendado visitar o Museu do Apartheid, em Johannesburgo. Fotografias, painéis e vídeos documentam conflitos, crimes políticos e movimentos estudantis. Apesar de existirem mais de 11 idiomas no país, o inglês é suficiente para a comunicação.

Durante os jogos da Copa, será proibida a exibição nos estádios da bandeira que representava a África do Sul durante o período do Apartheid. Desde 1994, quando Nelson Mandela chegou à Presidência, uma nova bandeira, mais colorida para representar a diversidade cultural e racial daquele país, substituiu a anterior por meio de uma eleição.

Curiosidades:
Dois sul-africanos já ganharam o prêmio Nobel, ambos são negros: Nelson Mandela (1993) e Desmond Tutu (1984).
Na África do Sul, apenas 9,5% da população é de brancos. *
*dados da agência de estatísticas da África do sul